sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sociedade Martins Sarmento

          A Sociedade Martins Sarmento teve os seus estatutos aprovados em 1882 e desde logo procurou um local apropriado para a instalação das suas colecções. Com a cedência á Sociedade Martins Sarmento  do convento de S.Domingos, em 1888, foram feitas obras de adaptação no claustro e a galeria então construída foi inaugurada em 1895.

Praça de S. Tiago

          A praça de S.Tiago foi doada pelo conde D.Henrique aos irmãos Tibaldi, franceses de nascimento, onde construíram uma capela românica, onde alias foram enterrados. A posição desta capela ainda é visível pois as obras de reconversão deixaram-na sinalizada no pavimento. A praça de S.Tiago e o largo da Oliveira estivaram ligados até ao sec.XIV, mas depois construiu-se a “Domus Municipalis”, que actualmente é a biblioteca Gulbenkian, mas a ligação mantem-se.

Estátua D. Afonso Henriques

          A ideia da criação da estatua D.Afonso Henriques veio do Rio de Janeiro em 1882. inicialmente esta estatua foi feita em mármore devido ao curto orçamento, mas após alguma reflexão decidiu-se que a estatua seria feita em bronze pois assim seria mais imponente. Esta estatua já esteve em três sítios diferentes, inicialmente estava na Praça D.Afonso Henriques, depois foi levada para o toural e por fim foi levada para junto do Paço dos Duques de Bragança.

Padrão do Salado

         Situado defronte da igreja de Nossa Senhora da Oliveira, ergue-se o Padrão do Salado (ou o Padrão de Nossa Senhora da Vitória), mandado ali erigir no reinado de D. Afonso IV, para comemorar a batalha do Salado.
          Feito em abóbada de pedra, com quatro arcos ogivais fundados em quatro pedestais; sobre o vértice de cada um dos arcos, vê-se o escudo das armas reais, segundo as usava D. Afonso IV; e no arco do fundo a principiar na linha dos capitéis, fez-se mais tarde um altar, dedicado à imagem de Nossa Senhora da Vitória, em comemoração da gloriosa batalha de Aljubarrota. No fundo, e aos lados do altar da Virgem, vêem-se duas esculturas, significando uma delas a visita del-rei D. João I a este padrão, depois da batalha de Aljubarrota. No centro do Padrão, por baixo da abóbada, levanta-se um esbelto cruzeiro, segundo o estilo gótico: e servem-lhe de adorno, além da imagem de Cristo crucificado, as estátuas em vulto inteiro da Nossa Senhora, de S. João Evangelista, do pontífice S. Dâmaso, e de S.Torcato, na frente da cruz; e do lado oposto, as estátuas de Nossa Senhora do Rosário, de S. Filipe Apóstolo, e de S. Gualter.

Largo da Oliveira

          O Largo da Oliveira, durante séculos, foi o coração do burgo vimaranense e muitos reis, nobres e priores da Colegiada, ali deixaram gravada, na pedra, a marca da sua personalidade e do seu zelo.
         A sua história tem início no século VII, em que Vamba, rei godo do século VII, decide plantar uma Oliveira em S. Torcato, para com o seu azeite alumiar o túmulo do Santo mártir. Mas a Oliveira gozou também da fama de milagreira uma vez que o seu azeite era usado na cura de numerosas enfermidades. Daí a Oliveira ter sido trazida para Guimarães, para junto da igreja românica de Santa Maria de Guimarães na Praça Maior, procurando desse modo que um maior número de doentes desta vila beneficiasse da sua proximidade.
          A Oliveira talvez ressentida por a terem retirado de junto do seu Santo Mártir definhou e morreu. Decorreram os anos e a Oliveira continuava de pé, mas seca, sem folhas nem frutos. Foi então que aconteceu o milagre da Oliveira, no dia 8 de Setembro de 1380, tendo como autor Pêro Esteves. Conta a história que foi vontade de Deus que deu a entender a Pêro Esteves que fosse a Normandia Anafrol, e que comprasse a Cruz, e a doasse a Guimarães. Quando a colocaram, a Oliveira, passado três dias, reverdesceu. Deu-se então o milagre da Oliveira. Após o milagre, atribuiu-se à Senhora e à igreja o título da Oliveira, Santa Maria de Guimarães/igreja de Santa Maria de Guimarães passou a chamar-se Nossa Senhora da Oliveira/igreja de Nossa Senhora da Oliveira, e a igreja e a vila tomaram por insígnias a Imagem da mesma Senhora com um ramo de Oliveira na mão. A Oliveira era vista pelos fiéis como símbolo de confiança, segurança e salvação, era usada na cura de numerosas doenças, e os soldados aquando da guerra levavam um ramo da Oliveira, pois acreditavam ser a arma mais defensiva para a guarda de suas vidas.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Largo do Toural

Segundo o arquitecto Bernardo Ferrão, foi no séc.XIV que o Terreiro recebeu a designação de "Toural". 
Em tempos muito recuados este lugar era designado pelo nome de "Campo do Toural", dizem uns, porque nele se faziam as feiras de gado bovino.
Existia uma forte relação entre a praça do Toural e a população vimaranense, relação que o tempo veio consolidar e que explica a forma sentimental com que a população reagiu às mudanças efectuadas neste espaço.
O Toural estava protegido por duas cinturas de muralhas levantadas no reinado de D.Afonso III, era também cercado por duas torres, a Torre da Alfândega e a Torre da Senhora da Piedade, a chamada "Porta da Vila".
Era no Largo do Toural que se realizavam as celebrações cívicas, religiosas, de jubilo e de luto.
"O custoso e vistoso das festas, que na dita praça se tem feito, tem estendido pelo mundo seu nome e fama; os assentos e escadas do pé da muralha se ocupam de tanta gente, que a variedade das galas faz com que a vista fique sem resolução para a escolha das cores. Nos dias dos seus festejos se vê esta praça guarnecida de muitas danças e clarins."

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Capela de S. Miguel

A Capela de S. Miguel é uma construção do século XII e situa-se na freguesia de Oliveira do Castelo, perto do Castelo de Guimarães. Foi capela real associada às origens do reino, visto ter sido mandada construir pelos condes D. Henrique e D. Teresa. Segundo a lenda, terá sido lá que o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, foi baptizado, conservando uma pia baptismal que serviu para tal feito.
 É uma construção tardo-românica e o seu interior é lageado com sepulturas que se atribuem a guerreiros ligados à fundação da nacionalidade. Ainda no seu interior avultam uma imagem de Nossa Senhora e do Menino em pedra e de São Miguel em madeira. Possui um portal de volta perfeita e capela-mor rectangular. A fachada principal conta com um portal com duas arquivoltas de arco quebrado e tímpano liso.
Ao longo do tempo foi ficando degradada e, por isso, a Sociedade Martins Sarmento decidiu restaurar a capela em meados do século XIX, sendo reaberta aos fiéis em 1880.
Foi declarada monumento nacional em 16 de Junho de 1910.
 É hoje uma atracção para quem visita a cidade, não só pelo seu valor simbólico mas também por se situar perto do Castelo de Guimarães, ponto de visita obrigatório aos turistas.


 
 

Castelo de Guimarães

O Castelo de Guimarães é o principal símbolo da cidade. Foi fundado pela condessa Mumadona, em meados do século X.
O Castelo tinha, sobretudo, a função defensiva ao mesmo tempo que albergava os batalhadores que lutavam pela conquista da cidade, que viria a ser conseguida.
Dentro do castelo existiu um palácio onde viveu o conde D. Henrique e D. Teresa e onde se crê ter nascido D. Afonso Henriques, futuro primeiro rei de Portugal.
Ao longo do tempo sofreu vários estragos chegando até a ser posta a hipótese de ser demolido. Porém, ao longo dos anos sofreu várias modificações, daí que da fortificação inicial pouco reste.
Em 1880, foi classificado como monumento de primeira classe e mais tarde, em 2007, foi classificado Monumento Nacional.
Em 1937, começaram as obras de restauro, sendo reinaugurado em 1940.
Com a colaboração de uma operadora do sector da energia (EDP), foi possível instalar luz eléctrica, o mesmo se fez com a água. Graças a essas dotações foi possível abrir o interior do castelo para espectáculos culturais.
Devido à sua boa conservação, está diariamente aberto ao público.
Actualmente, sem as mesmas funções iniciais, o Castelo de Guimarães é apenas um ponto turístico frequentemente associado à conquista do reino de Portugal.  


Paço dos Duques de Bragança

O Paço dos Duques do século XV, foi mandado construir por D. Afonso, futuro duque de Bragança, onde é possível observar a influência da arquitectura senhorial da Europa Setentrional.
No século XIX foi convertido em quartel.
Em meados do século XX, após um período de abandono, foi restaurado e posteriormente convertido em Museu, albergando um espólio do século XVII e XVIII. Das várias colecções que possui, umas retratam os contributos dos portugueses na época dos Descobrimentos Portugueses, outras narram alguns dos passos das conquistas no Norte de África. Possui também colecções de armas dos séculos XV a XIX e colecções de mobiliário do período pós-descobertas.
Para além da sua função museológica, este palácio foi adaptado, no seu segundo andar, a residência oficial do Presidente da República Portuguesa, aquando das suas deslocações ao Norte de Portugal.

Muralha de Guimarães


    A parte alta da cidade, a Vila do Castelo, foi a primeira a cercar-se da muralha, provavelmente no reinado de D. Sancho I. A Muralha de Guimarães estendia-se ao longo da cerca de dois mil metros, actualmente, apenas resta um extenso pano, sendo o troço maior ao longo da Av. Alberto Sampaio e das oito torres que se distribuíam ao longo da muralha subsiste uma, junto à Porta da Vila.
    A muralha iniciada no reinado de D. Afonso III e concluída no de D. Dinis, uniu a Vila do Castelo à Vila de Sta. Maria, na parte baixa. Guimarães foi elevada a cidade em 1853. Conserva no centro a traça do velho burgo que lhe deu origem. No século X era uma quinta do conde Hermenegildo e de sua mulher Mumadona.

Palácio de Vila Flor

    O Palácio Vila Flor é um edifício do século XVIII, mandado construir pelo fidalgo vimaranense Tadeu Luís António Lopes de Carvalho de Fonseca e Camões, e passou posteriormente por compra, para a família dos Condes de Arrochela, que nele receberam D. Maria II, na visita que determinou a elevação a cidade de Guimarães.
     Novamente vendido, nele realizou-se, em 1884, a I Exposição Industrial e Comercial de Guimarães, mais tarde passando para a posse da família Jordão.
     Adquirido pela Câmara Municipal de Guimarães em 1976, já então com o interior desfeito, ali se instalou o Pólo de Guimarães da Universidade do Minho e, na área originalmente ocupada pela horta-pomar, o Horto Municipal.
     Abandonado durante anos, o Palácio sofreu, desde a sua aquisição pela Autarquia, inúmeras intervenções visando fundamentalmente dividir o seu interior para aí instalar, inicialmente, a Universidade do Minho, e depois uma Academia de Música, uma oficina de teatro, um organismo universitário e salas para formação profissional.    Nenhuma destas intervenções visou a reabilitação e o restauro do Palácio como um todo, pelo que o seu interior se encontrava degradado e, sobretudo, com a sua identidade avassalada por tantas alterações transitórias e desconexas.
     Dos espaços da Quinta Vila Flor, mantiveram-se intactos os jardins de buxo, considerados dos melhores da região.
     É neste Palácio que as Memórias Paroquiais de 1750 se referem como sendo de “admirável em sua arquitectura e na grandeza e fábrica do jardim”, hoje remoçado e equipado, onde se instala o Centro Cultural Vila Flor.

O Monumento Nicolino

O Monumento Nicolino foi pensado há já oito anos mas só em 2007 foi concebido e inaugurado, precisamente no dia do primeiro número das festas nicolinas (no dia 29 de Novembro, o dia do Pinheiro).
Esta escultura é a concretização de um sonho para estudantes, velhos Nicolinos e para a cidade, e foi esculpida por José de Guimarães que diz acerca da estética da escultura que “a escultura remete para a indumentária dos estudantes, o elemento a vermelho pretende recriar o gesto de quando se traça a capa dos estudantes em volta do pescoço. Ao atirar a capa há um movimento de vento que procurei representar na escultura".
Inicialmente, o N Nicolino de cinco metros de altura, que agora se encontra ao lado da igreja de S. Gualter, onde todos os anos é levantado o Pinheiro, iria ter quinze metros, daí o projecto não ter sido aprovado logo de início.

As Festas Nicolinas

As Festas Nicolinas tiveram uma origem reliogiosa, o culto a S. Nicolau por parte dos estudantes de Guimarães e são constituidas por dez números diferentes. O espirito religioso destas festividades tem vindo a ser cada vez mais profanado de ano para ano.
Realizam-se de 29 de Novembro a 8 de Dezembro e esta festa é também conhecida por Festa dos Estudantes.

AS NOVENAS - 1 a 9 de Dezembro
As novenas são um conjunto de cerimónias religiosas realizadas pelas 6H da manhã na capela de Nsa. Senhora da Conceição, onde no final da cerimónia a comissão de festas e restantes acompanhantes percorrem as ruas da cidade tocando bombos e caixas, passando pelo mercado municipal onde recebem bens alimentares que mais tarde serão distribuidos pelos pobres da cidade.

O PINHEIRO - 29 de Novembro
O Pinheiro é o primeiro e o mais concorrido número desta semana de festa. É tradição neste dia comer rojões com grelos e papas de sarrabulho e beber vinho, e depois sair à rua com bombos e caixasbafinadas e fazer um trajecto, que passa pelas principais ruas da cidade, atrás de um pinheiro puxado por um carro de bois até à Igreja de S Gualter onde a Comissão de Festas ergue o Pinheiro que ali fica até ao dia de Reis.


AS POSSES - 4 de Dezembro
As Posses são um cesto de comida e bebida lançadas de uma janela ou varanda, de determinados pontos que já fazem parte da tradição e que a comissão de festas tem que conseguir apanhar. Depois de conseguir a Posse os estudantes cantam e dançam e no fim da noite consomem os bens que conseguiram. O que sobrar é dado aos pobres.


O MAGUSTO - 4 de Dezembro
No Magusto a população de Guimarães é convidada a juntar-se à festa, que agora se realiza na Oliveira e que dantes se realizava junto ao Pinheiro. Nesta noite comem-se os bens alimentares conseguidos na Posse uma vez que este se realiza logo de seguida.

O PREGÃO - 5 de Dezembro
O Pregão, quando as festas tinham apenas dois dias, servia para no primeiro se anunciar o que ia acontecer no dia seguinte. Hoje, o Pregão é um texto satirico-retórico declamado em vários pontos da cidade pelo Pregoeiro, que é o elemento da Comissão de Festas com a voz mais pujante.  Neste trajecto, onde a Comissao de Festas é levada num coche, os estudantes seguem atrás, a fazer-se ouvir o toque do Pregão bem ensaido, nos bombos e nas caixas.



AS MAÇÃZINHAS - 6 de Dezembro
As Maçãzinhas são de especial atenção para as raparigas, que no inicio das festas eram proibidas de participar nelas. O dia 6 é precisamente o dia de S. Nicolau. Neste número romântico, as escolas de Guimarães são representadas com carros alegóricos, e os rapazes com uma lanças com fitas oferecidas por raparigas espetam na ponta dela uma maçã pequena e vermelha e entregam-na ás donzelas das varandas da Praça de S. Tiago, que retribuem com uma pequena lembrança. 


AS DANÇAS DE S.NICOLAU - 6 de Dezembro
As Danças de s. Nicolau são pequenas dramatizações e cantorias onde se procura arranjar fundos para a manutenção das Festas Nicolinas e da Capela de S. Nicolau.

O BAILE NICOLINO - 7 de Dezembro
O Baile é o encerramento das Festas e, como em qualquer baile, os rapazes convidam uma rapariga e ambos devem ir vestidos a rigor.

AS ROUBALHEIRAS - Dia incerto
A tradição das Roubalheiras teve inicio numa tradição da noite de S. João e em Guimarães era realizada na noite do Magusto, mas por causa de gente alheia que provocava desacatos numa noite de brincadeira, este número chegou a ser proibido alguns anos, e agora realiza-se em noite incerta da semana. Ai, a comissão de festas envade casas e varandas e leva tudo o que conseguir, colocando tudo em exposição no Largo do Toural, para que de manhã se possa ver os "estragos" da noite e para que a população possa recuperar os seus pertences.

Igrejas e Conventos

Convento de Santa Clara

O Convento de Santa Clara situa-se na Rua de Santa Maria, tendo sido construído em 1548, por orientação do vimaranense Baltazar de Andrade.
A fachada foi decorada pelo vimaranense José Moreira, em 1741, sendo do estilo barroco. Mais tarde, deu lugar ao Liceu de Guimarães e actualmente funcionam lá todos os serviços da Câmara Municipal de Guimarães.
Este Convento, começou a ser habitado por religiosas, no dia 12 de Agosto de 1562, dia de Santa Clara. Em 1834, esta ordem religiosa foi extinta e o Convento foi abandonado.
O edifício, encontra-se dividido em três partes, tendo ao centro a figura da padroeira, Santa Clara, num nicho, sobre a porta principal.
A Capela, deste Convento, foi enriquecida com talha dourada e quadros, mas no século XIX foi destruída, encontrando-se actualmente, uma parte da talha dourada no Museu Alberto Sampaio.

Igreja de Nossa Senhora da Oliveira ou da Colegiada

A Igreja de Nossa Senhora da Oliveira ou da Colegiada, teve origem de um primitivo mosteiro, mandado construir pela Condessa Mumadona, no século IX, dedicado a Santa Maria de Guimarães. Reconstruído pelo Conde D. Henrique e instituído em Colegiada por D. Afonso Henriques.
Este templo, sofreu várias alterações, passando por diversos estilos, desde latino-bizantino, no século X, românico, século XIII, gótico, século XIV e neo-clássico, século XIX.
O portal da fachada é do estilo gótico. Possui ainda um janelão cego, que é testemunha das várias modificações que se verificaram ao longo dos tempos. Na fachada é visível, o tríptico que D. João I, conquistou aos castelhanos e que ofereceu a Nossa Senhora da Oliveira.
O interior deste templo é formado por três naves. Sobre o cadeiral seiscentista encontram-se oito retábulos de pintura a óleo.
Neste templo, existe ainda um órgão de tubos, que tal, como a instituição religiosa também passou por muitas alterações, mas actualmente ainda se encontra praticável.



Igreja da Misericórdia

A Igreja da Misericórdia, teve início em 1588, com a construção da fachada pelo mestre de pedraria Gonçalo Lopes. Este e Pedro de Amorim, iniciaram em 1595 a construção da Igreja e da capela-mor.
A fachada deste templo é do estilo renascentista.
Ao longo dos tempos, esta Igreja sofreu alterações ficando de uma só nave recoberta a estuque, de estilo rococó.
Em 1800, foi transformada em hospital, antes de entrar em funcionamento o hospital de Santo António dos Capuchos.
A sacristia como era pobre foi restaurada em 1876.
A capela-mor que é mais alta, esta dividida do corpo da igreja por um arco de pedra. É uma Igreja espaçosa, antigamente tinha os tectos de madeira apainelada e o da capela-mor era de abóbada, igualmente apainelada com os ministérios da Paixão de Cristo.
Nos altares laterais deste templo podemos observar as imagens do Senhor da Pedra - Fina, S. Bento, Senhor da Cana Verde, a Senhora das Dores e a Nossa Senhora da Paz.
Existem também nesta Igreja, um órgão de tubos que foi construído em 1775, por Francisco António Solha.


Basílica de S. Pedro

Esta instituição foi mandada construir pela Irmandade de S. Pedro em 1737 e em 1751 foi elevada à categoria de Basílica. Nunca chegou a ser concluída, ainda hoje mantém o seu ar de inacabada.
Esta Basílica foi invadida e profanada pelas tropas francesas que durante alguns dias a transformaram em cavalariças, relincharam cavalos na sua nave, encheram os altares de milho, acrescentando mais uma mancha ao rastro sangrento do exército napoleónico, em 1809.
Na sacristia existem três quadros que representam S. Pedro, S. Paulo e S. João Baptista.
Este templo, está dividida do corpo da igreja por uma arco de pedra, tendo quatro altares laterais, o primeiro do lado do Evangelho é dedicado ao pontífice S. Pedro, o segundo é de Nossa Senhora das Dores, sendo os dois confinantes ao do Senhor da Agonia e ao de Nossa Senhora.


Igreja e Convento de S. Francisco

A Igreja de S. Francisco é do estilo gótico, fundada em 1400 por D. João I. O seu interior é revestido por ricos azulejos e a sacristia é uma das melhores de Portugal, pelo seu arranjo artístico, com um belo tecto apainelado.
Este templo, sofreu várias modificações ao longo das diferentes épocas, nomeadamente, nos séculos XVI e XIX.
Actualmente, é de dois estilos: gótico (capela-mor) e barroco (azulejos e talha dourada).
Existe ainda, neste templo várias esculturas, nomeadamente, a de S. António de Lisboa, a de Nossa Senhora da Conceição, a de S. Francisco de Assis, a Árvore de Jessé, Santa Ana, Nossa Senhora das Dores, o Senhor da Paciência, Jesus Cristo e as relíquias de S. Gualter.
O claustro do convento é composto por dois pisos (1591), obra de um grande mestre de pedraria vimaranense, Gonçalo Lopes. O chafariz central é seiscentista.
Nesta Igreja, existe ainda um órgão de tubos, que data do século XVIII, mas o autor é desconhecido existindo um outro, mas mais pequeno na Capela Vulnerável da Ordem Terceira de São Francisco, que se desloca como uma peça de mobiliário.


Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos

A Igreja de Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos é do estilo barroco, as suas torres são esguias e a sua fachada redonda conduz a uma escadaria.
Nesta igreja venera-se S. Gualter, o santo popular sobre o qual são realizadas as festas da cidade.
Este templo foi construído nos finais do século XVIII, sobre o projecto do arquitecto André Soares.
Nas paredes interiores do templo, existem catorze quadros emoldurados a madrepérola, com gravuras francesas, policromadas, do século XVIII, representando a via-sacra. Podemos ainda ver quatro painéis dedicados a vida de Cristo, século XVIII.
Entre as várias imagens religiosas, a mais venerada é a que representa o Senhor dos Passos, patrono da igreja.
Existe também nesta Igreja um órgão de tubos, mas não se sabe a data da sua construção nem o seu organeiro.


Convento da Madre de Deus ou das Capuchinhas

Este Convento foi fundado em 1683 e o que se pode encontrar nele de mais importante são os azulejos da capela-mor, do século XVIII. Tendo sido, executados em Lisboa, por um autor do qual não se conhece a identidade. Representam o sonho de S. José, a anunciação da Virgem, a apresentação no templo, a fuga para o Egipto, a adoração dos pastores, o casamento da virgem e a adoração dos reis.
Mais tarde, esta instituição foi confiada a D. Domingos da Silva Gonçalves, que viria a ser Bispo da Guarda.
Instalou aqui as conhecidas e beneméritas oficinas de S. José que prestaram importantes serviços aos jovens carenciados de afecto familiar ao longo dos tempos. Alguns desses alunos foram preparados para a vida, distinguindo-se, muitos deles, pela sua formação cívica e cultural.
Actualmente, o Centro Juvenil de S. José, está transformado numa Instituição Privada de Solidariedade Social, mas continua a cumprir e a desempenhar a sua função social, acolhendo jovens de tenra idade.


Igreja de S. Dâmaso

São Dâmaso, natural de Guimarães e patrono da cidade em tempos passados, foi Papa de 366 a 384.
A capela-mor foi mandada construir 1636, obedecendo à disposição testamentária do Abade Lucas Rebelo e o corpo da Igreja e a fachada foram construídas em 1744, obra clássica de Domingos de Freitas.
A estrutura deste templo é valiosa, pelos seus revestimentos interiores de azulejos, decoração barroca e excelentes talhas.
O altar-mor e os altares laterais, são peças muito valiosas de escultura barroca, em talha dourada e policromada, de grande efeito decorativo.
As paredes estão decoradas com catorze painéis de azulejos do século XVIII, retratando os factos mais notáveis da vida do santo: o Baptismo, a Apresentação ao Papa Libério, o Diaconado, o Presbiterado, o Vicariato na Igreja de São Lourenço em Roma, a Ascensão ao Pontificado, Milagres operados enquanto ainda vivo, a sua Morte e a Veneração ao seu Túmulo.
Nesta igreja, no altar encontra-se o Santo Elói, patrono dos Ourives, que todos os anos ali se venera no dia 1 de Dezembro.


Igreja e Convento de Santo António dos Capuchos

O Convento de Santo António dos Capuchos é um antigo convento de frades capuchos, monges de confissão franciscana. Começou a ser edificado na segunda metade do século XVII, desempenhando actualmente a função de unidade hospitalar. Porém, conserva ainda alguns elementos construtivos de mérito, como a igreja conventual, a sacristia e o espaço claustral.
Esta igreja tem uma capela-mor bastante espaçosa e alegre, e no seu retábulo moderno e elegante vêem-se as imagens de Santo António e S. Francisco em tamanho natural.
É dividida do corpo da igreja por um arco de pedra, ao qual se encostam dois altares de talha, sendo o do Evangelho pertencente à irmandade de Nossa Senhora das Dores e o outro dedicado a imagem de S. João Baptista.
No resto das paredes abrem-se confessionários dentro de arcos de pedra, que estão em comunicação com os claustros do convento.
Com a extinção das Ordens Religiosas, este convento ficou a pertencer a Irmandade da Misericórdia.
Este templo possui também um órgão de tubos, mas não se conhece o seu organeiro nem a data da sua construção.


Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo

A construção da Igreja e do Convento do Carmo, teve inicio em 1685, sendo do estilo barroco. Tanto a Igreja como o Convento têm a denominação de Nossa Senhora do Carmo, devido a imagem mais venerada neste templo.
Os altares, o púlpito e as sanefas são de talha dourada. O corpo da igreja está dividido da capela-mor por um arco de pedra, tendo abaixo dois altares laterais, o do Evangelho, dedicada a Santa Ana e o outro a Nossa Senhora do Carmo. No antigo coro, existe ainda outro altar, com devoção a imagem do Senhor Morto.
Com a extinção oficial das Ordens Religiosas em Portugal, o convento entrou em declínio material e humano, até que, em 1854, com a morte da última freira, D. Catarina Angélica do Amor Divino, tudo passou para a posse do estado, com utilização para fins militares. Começando a partir de 1862, a funcionar aqui o Asilo da Infância Desvalida de Santa Estefânia – Amor de Deus e do Próximo, actual Lar de Santa Estefânia, criado por iniciativa particular e com o auxílio de algumas senhoras vimaranenses, tendo sido, todo o conjunto dos edifícios do convento a Comissão Administrativa. Este facto contribuiu muito para a preservação e salvaguarda do imóvel.
Existe nesta igreja, também um órgão de tubos, que as freiras mandar construir no dia 21 de Fevereiro de 1725, sendo o seu organeiro Teodósio Hemberg.


Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Após duas tentativas frustradas, uma no tempo do liberalismo de 1833 feita pelos Redentoristas austríacos e a outra tentativa no emergir da 1.ª República, pelos Redentoristas espanhóis. Estes fixaram-se finalmente em Portugal, em 1931, na cidade de Braga.
Após várias vicissitudes, sem abandonar esta comunidade, iniciou-se na cidade de Guimarães, em 1944, uma nova aventura missionária.
Depois de uma data de contactos a nível oficial e local, a Comunidade dos Missionários Redentoristas estabeleceu-se, finalmente, na Rua Francisco Agra, n.º163, popularmente conhecida por Rua de Santa Luzia, devido a proximidade da Capela de Santa Luzia.
Depressa se constatou a necessidade de construir uma igreja, graças ao Padre Isaías Aliste, obra que nasceu em 1953.
Esta Igreja, passou por diversas remodelações, como se pode comprovar ao longo da sua história.
Quanto às paredes laterais, parece que a Comunidade, decidiu dar em 1967 um certo cariz de santuário a toda a igreja. Para isso, as paredes laterais foram enriquecidas com doze painéis descrevendo a história do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Completou-se a obra com o painel do altar-mor, colocando a figura dos nossos santos, como protótipos da evangelização das pessoas, a caminho de Deus Pai, simbolizando o painel como o glorioso Senhor da Glória.


Capela de Nossa Senhora da Conceição

A Capela de Nossa Senhora da Conceição, data pelo menos do início do século XVI, de 1513.
O interior desta Capela é riquíssimo. O tecto é apainelado em talha policromada.
A capela-mor divide-se da nave por um arco de volta perfeita, que se assenta sobre pilares, encostando-se a ele dois altares: o de S. Francisco, que substituiu o de Nosso Senhor crucificado, do lado do Evangelho e o de S. Caetano do lado da Epístola.
As paredes da nave são revestidas de azulejos, temas extraídos do Velho Testamento do livro do Cântico dos Cânticos.
O tecto da nave está coberto por caixotões representando as doze cenas da vida de Nossa Senhora.
Esta capela possui um órgão de pequenas dimensões, proporcionado ao reduzido espaço do templo, datando de 1774, sendo o seu organeiro, Francisco António Soalha.


Igreja e Convento de S. Domingos

Este templo religioso foi construído entre o século XVII e XVIII, sendo o seu interior digno de ser visto, pelo facto dos seus três altares serem de talha dourada, pelo formosíssimo órgão e pelo cadeiral, obra de artistas Vimaranenses. Um Cristo Crucificado, do século XVI, que se encontra suspenso sobre a pia baptismal, sendo das peças mais ricas que se pode observar.
É do estilo gótico primário, quase românico, mas toda ela reza na simplicidade o granito.
O pórtico é do estilo barroco, de 1770 e a capela-mor foi substituída em 1774. Dado que, a Igreja ameaçava ruína foi restaurada e livre de tapagens e madeiramentos. Constituída por uma bela rosácea, do século XIV, a rematar o pórtico, filtrando o sol. A luz entra também pelas suas góticas janelas, escoando-se pelas três naves, acompanhando os cinco arcos, que relacionam a nave principal com as secundárias, banhando os dois arcos de ogiva na nave cruzeira.
Na capela-mor, o altar, o cadeiral e o órgão são do século XVII. A nave é guarnecida por boas e antigas imagens em austeras peanhas: S. Bento; S. António; S. Homem Bom, as várias senhoras: Rosário; Neves; Terço.
O silêncio do granito e as inscrições sepulcrais dos antigos morgadios aqui instituídos: o de D. Branca Vilhena, o de Nossa Senhora, o de S. Pedro Gonçalves, os das Senhoras do Amparo, do Desterro, das Angústias. Da procissão da Senhora dos Terramotos, das ossadas do Beato Lourenço Mendes, de lindas invocações de muita gente, grande e humilde que aqui rezou, pediu e nestas pedras, debaixo dos nossos passos em pó se desfizeram.
Na armoriada sacristia existe belas imagens e devotas relíquias.
Este templo possui também um órgão de tubos, sendo o seu organeiro, Francisco António Solha, que o concluiu em 1758.



Igreja e Convento de Santa Rosa de Lima ou das Dominicas

A Igreja e o Convento de Santa Rosa de Lima ou das Dominicas, teve a sua origem com a formação de uma comunidade conventual em 1630, por alguns piedosos. Mas, em 1881, encontrava-se prestes a ser extinto, dado que, só contava com três piedosos.
Arquitectonicamente, o seu aspecto exterior não era muito significativo, dado que, a sua fachada era lisa, rasgada por janelões, a porta emoldurada e rematada por um nicho com a estátua de Santa Rosa de Lima. Actualmente, podemos ver que é revestida por um granito rústico, devido à sua recuperação.
O seu interior é formado por uma só nave, coberta por uma abóbada de berço. Possui quatro altares laterais, separados da capela-mor por um arco de pedra. Do lado do Evangelho, S. José e Nossa Senhora e a Senhora do Socorro. E do lado da Epístola, Senhor Jesus e S. Caetano. Na capela-mor, a abóbada é de aresta. Por cima da pia baptismal, encontra-se a imagem de Cristo crucificado, do século XVI
O órgão joanino foi concluído em 1777, por Francisco António Solha e em 1805 foi recuperado, por Luís António de Carvalho.